Convidamos todas e todos para a abertura da próxima exposição da galeria da Aliança Francesa de Salvador, “Fanm Fò” da fotógrafa Adeline Rapon, cuja abertura será no dia 24 de abril (quarta-feira) às 19h. Com entrada gratuita até 26 de maio, essa exposição tem apoio da Aliança Francesa Salvador – Bahia, da Aliança Francesa Brasil e da Embaixada da França no Brasil.
Sobre a exposição |
“Fanm Fò” (“Femme(s) forte(s)” ou “Mulher(es) Forte(s)” em crioulo), série composta por 36 autorretratos tirados por Adeline Rapon durante o confinamento de março de 2020 e compartilhados simultaneamente em seu Instagram, é uma reconstrução de imagens de arquivo de mulheres caribenhas que datam de final do século XIX. Neste jogo de espelhos e imitações, a fotógrafa questiona e procura a sua própria herança ao abordar a questão do lugar da mulher nas Antilhas.
“Negra da Martinica”, “Mulata de cabelos macios”, “Tipo de mulher de Guadalupe” designam mulheres anônimas, fazendo pose, algumas com os olhos perdidos, outras desalinhadas. Na sua maioria retirados de postais, estes retratos antigos apresentam figuras reais, muitas vezes fantasiadas, e apresentam-nas como um ponto de venda para o turismo emergente, destacando o Império Colonial Francês no poder até 1945 na Martinica, Guadalupe e na Guiana. Este tipo de imagens foi recorrente em todas as colônias francesas, criando uma imagem estereotipada dos países africanos e asiáticos na França.
O jogo de comparação entre o autorretrato reconstruído e a fotografia original leva a uma melhor percepção do modelo anônimo. Ao acentuar a diferença entre o presente e o passado, uma dupla narrativa toma forma: de um lado, um cotidiano congelado entre as paredes de um apartamento parisiense; do outro, as pessoas anônimas encerradas numa imagem colonial, produzida principalmente em estúdio.
A série abre então para escapar ao miserabilismo do imaginário doudouísta, primeiro com a figura ilustre de Paulette Nardal, muitas vezes deixada de lado, mas também a da bisavó da fotógrafa. Várias mulheres das Antilhas fizeram carreira na França no início do século XX e este final da série é dedicado a elas na forma de “femmage” (homenagem de uma mulher à outra mulher).
Sobre a artista |
Adeline Rapon nasceu em Paris em 1990, filha de mãe de Corrèze e pai da Martinica. Sua jornada artística começou com estudos em literatura e história da arte. Desenvolveu então competências diversificadas em desenho, pintura, escultura, cenografia e fotografia, que alimentou através de leituras e visitas a exposições. Em 2008, ela criou um blog combinando fotografia, arte e moda e se tornou uma das primeiras blogueiras influentes.
Já em 2011, Adeline ingressou na Haute École de Joaillerie em Paris. Ela então praticou design de joias, escultura e trabalho em metal. Posteriormente, ela aprendeu design e desenvolvimento de linhas, bem como design 3D. Foi como aprendiz e depois numa oficina de joalharia que co-desenvolveu linhas de jóias para vários criadores. Ao mesmo tempo, ela continua sua atividade no Instagram, com 70 mil seguidores, um lugar para partilhar o seu trabalho fotográfico, de escrita e militante.
Em 2020, Adeline optou por se dedicar integralmente a isso e criou seu próprio negócio. Desenvolve parcerias com marcas, mas dedica-se muito mais à fotografia de personalidades, moda e documental ao mesmo tempo que afirma os seus valores e o seu compromisso feminista, queer e decolonial.
O que: Exposição “Fanm Fò” de Adeline Rapon
Abertura: 24 de abril de 2024 às 19h
Período: 24 de abril a 26 de maio de 2024
Horário de visitação: Segunda a sábado de 9h às 20h e aos domingos das 12h às 19h
Onde: Galeria da Aliança Francesa Salvador – Bahia (Av. Sete de Setembro, 401 / 2726 – Ladeira da Barra)
Quanto: Gratuito