Exposição “Emma Valle na coleção de Dimitri Ganzelevitch” (06/05)

No dia 6 de maio de 2025, próxima terça-feira, às 19h, a unidade Barra da Aliança Francesa de Salvador acolhe a exposição “Emma Valle na coleção de Dimitri Ganzelevitch” (06/05), com a curadoria do próprio colecionador.

A artista soteropolitana Emma Valle construiu seu trabalho fora dos meios tradicionais da arte e através de imagens e pinturas que transformam a vida cotidiana em uma narrativa de proporções lúdicas e grandiosas. Sendo para Dimitri, sem contestação possível, a maior expoente baiana daquilo que Nise da Silveira chamou de Arte do inconsciente, e no mercado de arte, Arte fora das normas ou Outsiders.

Sobre Emma Valle, por Dimitri |

O mundo de Emma Valle começa e termina em Salvador, ou melhor dito, no reduzidíssimo espaço do Cartola Internacional, a poucos metros do Museu de Arte Sacra. São orixás, navegadores, casebres, casarões e velhas igrejas, baianas de acarajé, ônibus, barcos, frutas, fiação elétrica, Jesus e Nossa Senhora, negros, brancos, mestiços e rastafáris. Tudo devidamente identificado nas costas da obra, assinado e datado mais de uma vez e com frequência, o preço de venda, também repetidamente.

“Todo meu trabalho tem uma história. Um deles, por exemplo, conta a história de um burguês que vai pescar num fim-de-semana. Ele pega um peixe muito grande e quase cai na água. Consegue controlá-lo e leva para a esposa. ”

Os suportes? Vários e quaisquer. Prato de porcelana quebrado e mal colado, azulejos, tacos, pé de mesa, telas, papelão, tampa de fogão, figurinhas de gesso…

Numa entrevista para o Shopping News em 1976, ela declara:
“(…) não me considero uma artista cara. Vendo barato, Só não vendo fiado ou a prazo. O preço que cobro condiz com a qualidade do trabalho. Eu só trabalho com material bom e por isso meus quadros duram séculos, como os de Miguel Ângelo, Leonardo da Vinci…”

Naïf, Emma? Nada disso. A ambição dos ingênuos é igualar-se aos acadêmicos e seu charme é o de não conseguir. Dona Emma pertence a um núcleo mais profundo, mais atormentado. O mundo dos que vivem um delírio pessoal e trabalham à margem das convenções. Aquilo que o pintor francês Jean Dubuffet denominou de “Art brut” em 1945. Aquilo que a psiquiatra Nise da Silveira chamava de Imagens do Inconsciente. Aquilo que os anglo-saxônicos definem como “Outsiders” e que só agora começa a interessar o mercado de arte do Brasil.

Serviço |
O que: Exposição “Emma Valle na coleção de Dimitri Ganzelevitch”, curadoria do próprio colecionador
Abertura: 6 de maio de 2025 (terça-feira) às 19h
Período: 6 de maio a 1 de junho de 2025
Onde: Galeria da Aliança Francesa Salvador – Bahia (Av. Sete de Setembro, 401 / 2726 – Ladeira da Barra)
Horário de visitação: Segunda a sábado das 9h às 20h e aos domingos das 12h às 19h
Entrada: Gratuita