Nota de Solidariedade
Nosso ex-Diretor (2017-2021) e também ex-Cônsul Honorário da França na Bahia(2019-2024), o Sr. Mamadou Gaye, foi aviltado e moralmente assediado por um conterrâneo seu, pois ele é um cidadão francês, além de ser também senegalês, no cumprimento de suas atribuições institucionais, pela simples insatisfação do requerente de não ter sido atendido no seu pleito, e cuja decisão estava fora da alçada do ofendido em questão, destacamos.
A questão aqui apresentada é mais um caso de racismo manifesto, infelizmente, o que torna esse ato desrespeitoso em uma necessidade de retratação pública, pois comportamentos discriminatórios como os aqui apresentados não estão direcionados ao paciente unicamente, pois a premissa deles ofende à população étnica em questão, no caso a negra, assim como à sociedade como um todo. Quando se ofende alguém com base em sua etnia, credo ou gênero, se está agredindo não somente o(a) paciente da ação, mas ao coletivo específico, e, por um entendimento de humanidade e civilidade, está se atacando a sociedade em geral.
É obrigação do Poder Público promover atos de reparação, de inclusão, de inserção e reeducação da sociedade com relação aos grupos e comunidades discriminadas e/ou marginalizadas, que vêm tendo seus direitos civis e humanitários desrespeitados ao longo da história, sendo o Judiciário um elemento integrante e fundamental nesse processo, pois, em nome do Estado, se pronuncia quanto aos direitos individuais e coletivos, à necessidade do seu respeito, sentenciando os que agem fora desses limites às responsabilidades e consequências de seus atos.
Desse modo, nossa Instituição está de portas fechadas para o racismo ou qualquer outro ato discriminatório, querendo nesse momento se solidarizar com o Sr. Mamadou Gaye, desejando êxito nesse seu novo momento processual de reparação quanto a essa triste e intolerável realidade.
Conselho de Administração da Aliança Francesa de Salvador