Os amantes de música e de arte que moram na capital baiana terão a oportunidade de se aprofundar um pouco mais nessas temáticas: na penúltima semana de agosto, o historiador Vítor Queiroz vai ministrar os cursos Som de Preto: histórias e sonoridades compartilhadas nas Américas Negras e Uma Introdução à História da Arte aqui na unidade Barra da Aliança Francesa de Salvador. Para mais informações, basta entrar em contato através dos e-mails queiroz.vitor@gmail.com ou graciaqueiroz@gmail.com ou ainda através do telefone (71) 99123 9050.
Sobre os cursos:
SOM DE PRETO: HISTÓRIAS E SONORIDADES COMPARTILHADAS NAS AMÉRICAS NEGRAS
O Afro-Atlântico como um todo e, particularmente, as Américas negras tiveram (e ainda têm) um impacto decisivo na produção musical e na escuta do mundo inteiro. Do afrobeat ao samba, do jazz ao reggae, um verdadeiro oceano sonoro vem sendo feito e refeito, ano após ano, a partir do cotidiano de comunidades negras bastante diversas. Estas mesmas comunidades, no entanto, possuem uma série de histórias compartilhadas e de elementos expressivos que se intercruzam de muitas maneiras. Neste curso, iremos percorrer os caminhos e as sonoridades do Atlântico Negro, enfatizando a música produzida na diáspora africana, nas Américas. Serão trabalhados, sempre com a audição e a apreciação de muita música, alguns temas-chave como: o lugar central do corpo e da dança nesse contexto; trajetórias de artistas negros e de suas obras; racismo e movimentos antirracistas; gêneros musicais e indústria cultural. Não é preciso ter conhecimentos técnico-musicais para poder acompanhar o curso.
O conteúdo selecionado, a ser trabalhado em cada uma das aulas, pode ser conferido abaixo: Aula 1 – Cheganças (a diáspora; um mapa sonoro da Afro-América) – 20/08; Aula 2 – Histórias compartilhadas (a indústria fonográfica; música, nacionalismo e identidades) – 21/08; Aula 3 – À flor da pele (o branqueamento do tango; o impacto do racismo na carreira dos músicos negros) – 22/08; Aula 4 – O poder negro (música popular e mobilização política; funk, reggae, afro-beat e resistência) – 23/08; Aula 5 – Significações (como pensar as nossas Áfricas?, entre rotas e raízes) – 24/08.
UMA INTRODUÇÃO À HISTÓRIA DA ARTE
Essa introdução à História da Arte cobrirá um período imenso, mas seguirá um único foco. Nosso fio-condutor será a longa construção histórica/ estética que desembocou no surgimento tardio e, depois, na crise do chamado artista moderno (aquele que não é artesão, que tem uma assinatura muito valorizada e que é visto como um profissional dotado de autonomia estética, filosófica, artística, etc.). Nosso objetivo principal é problematizar as ideias mais comuns que nós temos sobre “arte” e “artista”. As aulas serão baseadas na exibição e análise de imagens, contextualizando-as sempre. O segundo objetivo do curso é, portanto, propor um desenvolvimento/ aperfeiçoamento analítico da sensibilidade visual, do olhar. O conteúdo selecionado, a ser trabalhado em cada uma das aulas, pode ser conferido abaixo:
Aula 1 – Arte? (conceitos de arte, o mercado de arte, arte e cotidiano, a crise da autoria na arte contemporânea) — 27/08; Aula 2 – Os mestres dos mestres I (da arte antiga até o quattrocento italiano) — 28/08; Aula 3 – Os mestres dos mestres II (os estilos clássicos da Europa: de Rafael Sanzio a Francisco de Goya) — 29/08; Aula 4 – O surgimento do artista moderno I (dos ideais neoclássicos ao impressionismo ~ Europa, séculos XVIII e XIX) — 30/08; Aula 5 – O surgimento do artista moderno II (o triunfo das vanguardas artísticas ~ Europa, início do século XX) — 31/08.
Sobre o ministrante:
Vítor Queiroz é natural de Salvador, Bahia, e foi morar em Campinas (SP) para cursar a graduação em História na UNICAMP, onde também fez mestrado, na área de História Social da Cultura, e doutorado em Antropologia Social. Vem construindo uma carreira acadêmica sólida nas Ciências Humanas, permeada pela interdisciplinaridade e que tem como foco central a intersecção entre as questão raciais no Brasil, a antropologia da arte e a música popular. Seu tema de mestrado foi a música do jongo do interior paulista e o doutorado versou sobre o cantor e compositor Dorival Caymmi. Vítor dedica-se também à música – tendo trabalhado na produção dos dois últimos CDs da cantora Clécia Queiroz, “Samba de Roque”, 2010 e “Quintais”, 2016 – e à literatura. Publicou o livro de poemas “Amor em Pedaços” em 2014; foi um dos organizadores e participantes da coletânea de contos “Livro Cão”, em 2016; e vem produzindo, desde 2015, textos teatrais para diversos espetáculos dirigidos por Grácia Navarro, docente e diretora do Instituto de Artes da UNICAMP.