A História do Brasil em Paris
Brasileiros que fizeram história deixaram suas marcas em Paris.
>> Livro de Maurício Torres narra histórias curiosas e induz a um outro olhar diante de pontos conhecidos da capital francesa.
Duzentos anos de histórias vividas por grandes personagens brasileiros em um dos cenários mais icônicos da vida moderna: as ruas de Paris. De D. Pedro I a Oscar Niemeyer, passando por D. Pedro II, Santos Dumont, Heitor Villa-Lobos, Tarsila do Amaral, Oswald de Andrade e Lúcio Costa, dentre outros – suas peregrinações, seus hábitos e seus legados.
Este é o panorama apresentado no livro A História do Brasil em Paris, que mostra a importância da capital francesa na vida e obra de cada um desses personagens. Escrito pelo brasileiro Maurício Torres e editado pela LeYa/Casa da Palavra, em 2014, o livro será lançado em Salvador no próximo dia 12 de maio, na sede da Aliança Francesa, na Ladeira da Barra, com uma palestra do autor marcada para 19 horas e aberta ao público.
Com o cuidado de um historiador meticuloso e a obstinação de um jornalista apaixonado, o autor parte de um exaustivo trabalho de pesquisa pelas ruas e bibliotecas da cidade para abraçar os contextos históricos francês e brasileiro dos séculos XIX e XX, bem como o processo de formação da imagem do Brasil na França ao longo desse período.
Refazendo a trajetória desses personagens, o livro apresenta os fatos que os levaram à capital francesa, o que realizaram na cidade, com quem se relacionaram e que impacto tiveram sobre seus pares e a sociedade da época. Seguindo o caminho dessas histórias, o autor traça um mapa inusitado da capital francesa, dando forma a uma espécie de guia histórico das ruas da Cidade Luz, especialmente para deleite dos visitantes brasileiros.
A leitura nos induz a ver Paris com outros olhos. Ao visitar a Torre Eiffel ou a Champs-Elysées, por exemplo, será impossível não se lembrar dos voos de Santos Dumont com seu balão dirigível, ou sobrevoando o Bois de Boulogne com o 14-Bis. Podemos imaginar D. Pedro II se hospedando no Grand Hotel, na Place de l’Opéra, e recebendo seus amigos no restaurante Le Grand Véfour, na Rue de Beaujolais. Na Bastilha, pensar que D. Pedro I estava presente no lançamento da pedra fundamental da Coluna de Julho, o monumento que fica no centro da praça.
Nas salas de concerto de Paris, como a Salle Pleyel, podemos imaginar Villa-Lobos sendo aclamado por público e crítica. Ao acompanhar sua passagem pela cidade, nos loucos anos 1920, descobrimos como nosso maestro e compositor precisou ir a Paris para encontrar sua alma brasileira e aplicá-la em sua obra. O mesmo aconteceu com os modernistas Tarsila do Amaral e Oswald de Andrade.
Com o relato sobre Lucio Costa e Niemeyer, o autor mostra o legado de nossa arquitetura modernista em Paris. O livro conta a história da Maison du Brésil, casa dos estudantes brasileiros na Cidade Universitária, projetada originalmente por Lucio Costa e entregue ao amigo Le Corbusier para o desenvolvimento do projeto. Posteriormente, diante das modificações feitas por Corbusier, Lucio Costa acabou abrindo mão da autoria do prédio.
O jornalista narra ainda a temporada do camarada Oscar Niemeyer em Paris, e a história da Sede do Partido Comunista Francês, projeto do arquiteto na cidade, hoje usada como locação para desfiles de moda e filmes publicitários.
Maurício Torres Assumpção é carioca, nascido em 1966. Foi office-boy e aeroviário, antes de se formar em jornalismo pela Universidade Federal Fluminense. Na imprensa brasileira, trabalhou na Rede Globo e na TV Manchete do Rio de Janeiro. Em 1991, transferiu-se para a Europa, fazendo mestrado em Cinema e Televisão pelo London College of Communication, na Inglaterra. Durante quatorze anos dirigiu documentários e reportagens para a televisão britânica, em mais de quarenta países. Em 2008, mudou-se para Paris, onde mora com sua companheira, a roteirista Marie du Roy.